O Brasil é hoje sexto maior produtor mundial de arroz em casca e também é o segundo maior mercado consumidor, perdendo apenas para a Ásia.
E muita gente ainda pensa que plantar arroz é uma tarefa simples e com custo baixo, como nos filmes, mas quem é do ramo sabe que não é bem assim.
O plantio do arroz tem seus segredos e necessidades, e o resultado final da colheita pode ser muito influenciado por fatores que fogem ao controle do produtor, como fatores climáticos.
A comercialização dos produtos de uma colheita é uma das etapas mais importantes e esperadas pelos produtores rurais. Nesta fase pode ser decidida a perpetuação, ou não, do empreendimento, através do lucro ou prejuízo atingido.
Por isso, o conhecimento dos custos de produção é de importância fundamental para a composição do preço de venda da saca de arroz e também para basear o governo na elaboração e implementação de políticas públicas e de abastecimento do Brasil.
O valor da saca de arroz pode variar de acordo com o tipo de arroz escolhido pelo produtor para o plantio, mas também pode variar sobre a influência de outros fatores externos que impactam positiva ou negativamente sobre o preço final.
É desses fatores externos que iremos falar nesse artigo.
Como é composto o preço final da saca de arroz
O custo final de venda de uma saca de arroz é composto baseado nos custos fixos e nos custos variáveis de produção, influenciados também pela disponibilidade do produto, variação cambial e estabilidade do mercado financeiro.
O custo variável é um dos itens que compõem o custo de produção.
Esses custos variáveis tem relação direta com os gastos com a manutenção dos tratores e equipamentos, com a mão de obra temporária e permanente, sementes, fertilizantes, agrotóxicos, transportes interno e externo, armazenagem, licenciamentos, fornecimento de água, impostos, seguro e outros.
A manutenção do maquinário é um dos fatores que mais pesa nessa montagem de preço.
Como os tratores trabalham sempre em solos muito úmidos ou alagados, a necessidade de manutenção é muito mais frequente.
Além disso, a casca do arroz o torna muito mais abrasivo, aumentando o desgaste dos equipamentos usados na colheita e durante a secagem.
O custo com agrotóxicos, para manter as pragas longe das lavouras é apontado como o segundo custo variável que mais tem influência no custo final de produção e, consequentemente, no preço da saca.
Além da manutenção do maquinário e dos agrotóxicos, a logística de escoamento do resultado da colheita é um fator altamente relevante na composição do custo final.
Quanto mais fácil e rápido for para escoar a produção, menor será o custo com armazenagem do produto e também com o transporte do produto até seu destino final.
A chuva também é um fator a ser considerado.
Nem chuva demais nem chuva de menos. Qualquer um dos dois cenários prejudica a colheita e pode influenciar no preço final da saca de arroz.
Além dos custos variáveis, que compõem aproximadamente 80% do custo total de produção, existem também os custos fixos, que englobam a depreciação de instalações e das benfeitorias, das máquinas e implementos, entre outros gastos vinculados a renda de fatores e seguro do capital fixo, que formam os 20% restantes.
A variação cambial , mesmo não tendo sido mencionada entre os itens que compoe os custos de produção de arroz, tem também um grande impacto sobre ele.
Você pode estar se perguntando por que, certo?
Imagine que muitas das peças utilizadas nesses tratores vem do exterior ou tem componentes que vem de fora do Brasil. Com o dolar em alta, o valor das peças sobe e o prejuízo dos produtores rurais aumenta.
O cambio desvalorizado também influencia positivamente o comercio, uma vez que possibilita o escoamento da produção excedente para o exterior e, dessa forma, reduz a disponibilidade interna do produto, elevando novamente o preço do produto.
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